sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Cap. I Outono

      Estava Lorena, longos fios pretos, petrolíferos, não fale de nós a nínguem, disse-me ao girar a taça do tinto Cotes de Nuits cor de rubi, ao passo que respondi que nem sob censuras eclesiásticas deixaria de proclamá-la minha rainha-bruxa, maior que Brynhild e menor que Vagner, rosto pálido,que base alguma, corretivo algum , poderiam dar; rente aos cílios, traçado firme e grosso, delineados em preto,via-se em seus olhos amêndoados e fundos, de uma nobreza Vitoriana; sobrancelhas cheias pouco arqueadas ...
      Depois que o sol atinge o zenite de um ponto situado no equador, inicia-se o outono,dias e noites com a mesma duraçao, e quão duraveis estes dias, folhas secas ao chão, equinócio de março, até o sol alcançar o  solsticio de junho, estará tudo terminado, luto pela  absolviçao de meu cliente ou por pena equilibrada, pensei, debruçado sob o volume de papeis, em meu escritório, durmira na mesa, mesmo com a digitalizaçao de documentos, muitos não podem estar arquivados só em computadores, pois para eventual  consulta, faz-se necessários tê-los a mão, advogados tem de conviver com os processos...